16/08/2019

“Estamos trazendo para as cidades brasileiras o que há de mais moderno em desenvolvimento urbano sustentável”

Coordenador do Instituto Cidades Sustentáveis, Jorge Abrahão convida ao debate sobre cidades mais justas, resilientes e sustentáveis

– Porque realizar a 2ª Conferência internacional do Programa Cidades Sustentável conjuntamente ao Encontro Anual da Plataforma Global para Cidades Sustentáveis?

JA: Para nós que trabalhamos com foco na gestão municipal, a oportunidade de reunir cidades que estão desenvolvendo ações e criando políticas em direção å Agenda 2030 em diversos pontos do globo tem um significado único. Acreditamos que essas práticas podem ser inspiradoras para outros locais e queremos que as cidades brasileiras tenham a oportunidade de conhecer o que de mais moderno vem sendo trabalhado em desenvolvimento urbano sustentável e qualidade de vida para aqueles que vivem em cidades.

– E qual deve ser a expectativa do público para esse evento? E para a cidade de Sao Paulo, qual a mensagem que fica?

JA: Como a maior e mais rica cidade da América Latina, São Paulo tem um papel importante como agente de transformações, e trazer o evento para a capital paulista é reforçar essa posição de cidade inspiradora. Acreditamos que nossa capital ainda pode avançar mais na direção da Agenda 2030. Nessa direção, a troca de experiências com outras cidades do mundo deve ser muito frutífera, especialmente aquelas com características e desafios semelhantes aos de São Paulo. Trataremos sobre temas transversais, como redução das desigualdades, o necessário enfrentamento das mudanças climáticas e formas de ampliação da participação social. Assim, esperamos atrair o interesse de todos os públicos, daqueles que vivem na cidade, aos que pesquisam o tema e os que são gestores nas mesmas.

– Previsões da ONU indicam que até 2050, dois terços da população mundial estará vivendo em cidades, uma perspectiva assustadora se não encontrarmos alternativas para os modelos atuais de crescimento. Existe uma expectativa de comprometer as cidades participantes com essa nova agenda?

JA: Esse encontro ganha ainda mis importância quando percebemos que, cada vez mais, é no protagonismo dos governos locais que encontramos caminhos para enfrentar os desafios sociais, ambientais e econômicos dessa população que não para de crescer. Grande parte do esforço do Programa é para incentivar a mobilização da sociedade civil, porque a gente sabe que somente com esse engajamento local, das pessoas que vivem e trabalham nas cidades, que conseguiremos mante-las engajadas nessa Agenda.

– E em que posição o Brasil está hoje nessa discussão sobre o futuro das cidades e possibilidades de desenvolvimento sustentável?

JA: No Brasil vivemos hoje um contexto de debate sobre os caminhos a seguir para o desenvolvimento das cidades e do país como um todo. Especialmente considerando as eleições municipais de 2020, vemos essa Conferência como oportunidade de levantar um debate que pode ser inspirador para os rumos do país. Estamos entusiasmados com a ideia de receber todo esse público para uma semana de debates, discussões e muitas ideias!